Pular para o conteúdo principal

Contos do Inverno

Sigo em frente
Sem que o meu fantasma possa perceber
Canto num quarto
Luz interna, sem a minha externa ascender

Entro em conflito
Com aquilo que eu mais acreditei
Dentro de um infinito
De pensamentos que não acordei

Se os jardins fossem sempre tão bonitos
De primaveras
Se o canto dos pássaros fosse mais livre
Longe das celas

Eu ouvi as arvores caírem
E os animais sem direção
Vi um inferno de cicatrizes
Meu mundo em destruição

Eu vi os seres mais noturnos
Levantarem um outro muro

E me dividi em dois...

Se os jardins fossem sempre tão bonitos
De primaveras
Se o canto dos pássaros fosse mais livre
Longe das celas

Se os jardins não fossem esse frio do Inverno
Onde me encolho, sem ternura e sem ter terno

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cronicas de Pietro (parte 2)

O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias