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Só mais uma canção

De repente tudo vira canção
O que vem da mente ou o que vem do coração
Todo o tédio ou preocupação
Aquilo que possamos chamar de ação e reação

Toda conta em fração
Toda raça em nação
Todo ódio em paixão
E cidade em cidadão

O carro em alta velocidade na curva
A criança se equilibrando na calçada em dia de chuva
O frio, a noite, as suas mãos e as luvas
Todo contraste de um vinho, seu teor de álcool e uva

Toda sapiência e loucura
Toda a doença e a cura
Toda castidade e luxúria
Toda paciência e fúria

E tem mais
Guerra e paz
A moça e o rapaz
O faminto e o voraz
O impossibilitado e o capaz

E tem muito mais
No horizonte que se faz
E que todo dia se refaz
Seus valores reais
O que deixou pra trás
E que o tempo não traz
Onde a veemência se desfaz

E tem muito, mas muito mais
Até perdi assimetria perspicaz
Raro momento de não ser sagaz
Onde a razão se vai
Onde o orgulho cai
E quem se levanta, observa o cais
Em busca de algo mais

Mais uma canção

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Cronicas de Pietro (parte 2)

O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias