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A Mulata e o Pirata

Eu já falei muito
Sobre os sonhos, caminhos, loucura
Eu já falei muito
E nem eu quis me ouvir, em bravura

A delinear na minha procura
A reeditar a minha cultura
A me perder em sua cintura
A recriar a minha criatura

Fiz da chuva, uma pintura
Onde toda a cor se mistura
É nosso sorriso em fartura
Onde fazemos a nossa cura

E quem fatura, tem ternura e tem candura
Não há tortura e sim horizontes na moldura

O racismo é o ato mais irracional
Do ser que se diz o racional superior
E fazem a divisão na classe social
Norte, sul, pontes, centros e interior

A diferença é o que é colocado em sua visão
Filhos do Universo que lutam pelo mesmo pão

E eu, eu me apaixonei pela mulata
Igual ao brilho caolho no olho de um pirata
Num rebolado de ouro e de prata
Cerveja na lata, ela me puxou pela gravata

Sem chances, pois ela não será minha
Eu já sou dela e do meu peito, já é rainha

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Cronicas de Pietro (parte 2)

O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias