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Fractal de Sonhos, Passado e Realidade

Eu já posso guiar minha bike sem as mãos
Respirar de braços abertos sem ter direção
Sentir os ventos e a adrenalina no coração
Dá até pra fazer uma poesia ou uma canção

Observar as árvores, pássaros e gramas
Depois voltar sem preocupação ao meu quarto, cama
Ligar o rádio no hip-hop, rock ou samba
Deixar falar, as frases interpretáveis de quem me ama

Acordar apenas pensando no futebol
Pipa, peão, corrida ou no sol
Fantasmas e olhos furados num lençol
Festejar um fim de semana só

Pés descalços, sujos de asfalto de terra e mato
Pular o muro da casa da minha vó, que já nem é mais alto
Me imaginar o herói salvando ela de um assalto
Fazendo desenhos em papéis que tinham sido amassados

Almoçar, deitar, cochilar no sofá
Até vir a sonhar, voar e acreditar

Então acordo nos dias de hoje e já estou careca
É bem péssimo saber que não existe mais aquela época
O despertador atrasou, entrou em modo soneca
Disparo da cama, corro, capoto e tropeço na hipoteca

Já não sou mais aquela criança sapeca
Que era fácil me achar jogando fubeca

Estou de barba feita e vestindo social
Esperando o dia do juízo final
Cantando sentado esse Hino Nacional
Afinal igual, vital, banal e atual

A moral que é bem fatal
E o final já tem o seu local

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Cronicas de Pietro (parte 2)

O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias