Pular para o conteúdo principal

Cecília

Eu me lembro muito bem da primeira rosa
Dos primeiros espinhos em minhas mãos
E de como eu nunca mais voltei a tocá-los

Só não me lembro muito bem do primeiro tropeço
De como me levantei e quanto tempo fiquei no chão
Essas coisas são mais difíceis de tentarmos lembrar

Displicência, distração
Sei que hoje, sou mais ágil pra levantar e continuar
Mas sei lá... tenho muita raiva de ser esse tal de Homo-Sapiens

Observo os pássaros lá em cima
E eu os imagino pensando, cantando -

"Pobre do enjaulado que não pode estar aqui,
Vendo o quão pequeno são esses humanos
Canta pro nada e nem reclama do alpiste seco
Não sente esse vento, nem o sabor das frutas
Coitado, nem conhece a liberdade"

Sinto-me uma pessoa maluca
Pensando no que o pássaro poderia estar pensando
Mas sei lá... foda-se!!!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cronicas de Pietro (parte 2)

O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias