Pular para o conteúdo principal

O Novo Velho Rabugento

Disse o mais novo velho rabugento
- Podem me chamar de butequeiro
Mas nunca, de traiçoeiro

Há igrejas do tamanho do meu banheiro
Que arrecadam muito mais dinheiro
Do que eu e você o dia inteiro

Coitado desse velho fuzileiro
Que limpou seu bolso de guerreiro
Em muita cerveja, cigarro e Velho Barreiro

E de tanto estudo, se tornou pedreiro
De tantas amantes, foi sempre solteiro
Usa pele de lobo, mas é cordeiro

Fico aqui, de frente a esse bueiro
Ascendo mais um, com algum isqueiro
Recitando versos aos forasteiros

Prefiro os velhos domingos no terreiro
Do que os domingos de futebol e roteiros
Vendo crianças correndo e escondendo seus brigadeiros

Mas nunca, já mais, vou a um convento ou mosteiro
Eu volto a falar em um Deus que não creio
Mas que já depositei muitos desejos

Eu já nem sei o que ou com quem estou falando aqui fora
Talvez eu até saiba onde eu estou agora
Mas sempre me perco a essas horas

Que nem sei quais são...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cronicas de Pietro (parte 2)

O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias