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Convicto (parte 2)

Sinto que cada adiamento é um dia perdido

E por mais que eu esteja decidido 

Tem dias que eu acordo cansado e retido

Derretido em meus próprios ácidos


Passado assíduo de meus pesadelos constantes

Que me fazem acordar em um mero instante

E por mais que mutável, se repete como antes

Por mais que diferente, o mesmo semblante


Que já é o bastante para me deixar circulando no fuso automático

Me silencia e me faz olhar para o nada, apático

Até paro e quando me percebo no vazio, dou um sorriso simpático

Não é uma religião, não quero me tornar fanático


E como se fosse prático esquecer o passado, eu oro

Preciso me tratar, me deixar, me libertar

E como se fosse didático, me aconselho, sento e choro

Converso com o espelho e deixo passar


Sou muitas vezes repetitivo a mim mesmo

Sigo na fé de um Deus que vem de dentro

(...)

Não deixar de sonhar, já é um começo!

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Cronicas de Pietro (parte 2)

O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias