Eu que não gostava, hoje adoro arrumar o quarto
Limpar as poeiras e encontrar algumas peças perdidas há tempos
Coloco músicas que eu nem lembrava, mas canto
Canções que já fazem dez, quinze ou vinte anos, em sentimentos
É nostálgico e me faz querer marcar reencontros
Troco as coisas de lugares, a cama, os quadros e refaço os detalhes
Amaço papeis velhos, faço um lixo de estorvos
Reorganizo as gavetas, ornamentos, enfeites e ajeito o pé do raque
E por mais que eu sempre mude as coisas de lugar
Eu percebo que algumas coisas voltam para o lugar da outra vez
Da outra mexida, da outra faxina e ao diversificar
Vejo sempre algo repetitivo e padronizado em toda a sua timidez
Mas percebo isso em lucidez e mesmo assim eu percebo que há mudança
Não quero nada igual a ontem, mas tenho os pés no chão e a esperança
Essa é a ultima vez que mexo nesse quarto
A próxima vez será apenas para levar o que eu quero levar
Sei que da próxima vez será um novo parto
Sei que será despedida e mesmo assim não deixo de limpar
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